Como Vim Parar Na Holanda - 2

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Eu sabia que algumas pessoas da minha família não reagiriam tão bem sobre minha mudança, por isso não falei nada até que tudo estivesse 100% certo. Quando recebi um e-mail da imigração Holandesa confirmando que meu visto de Au Pair havia sido aprovado, decidi compartilhar com todos. Até então, apenas um irmão e meu pai sabiam dos meus planos, os dois aliás me incentivaram o tempo todo.

Muita gente ficou de boca aberta, não só duvidosos quanto tristes pela minha saída. Ninguém esperava algo tão "louco" acontecendo comigo. Alguns diziam que eu não aguentaria duas semanas. No fim das contas todo mundo aceitou minha decisão, o que me deixou tranquila.

Na internet você lê muitas notícias sobre meninas sendo exploradas quando Au Pairs, mas minha intuição dizia que tudo daria certo. Foi um tiro no escuro. Eu não sabia nada sobre a Holanda além de que as pessoas andavam muito de bicicleta, flores e maconha. Não quis me dar ao trabalho de dar um Google e criar expectativas, estava dando um passo em direção ao desconhecido mesmo. Queria ser surpreendida, fosse pelo bem ou mal.

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Saí de Cornélio Procópio no dia 1o de setembro de 2014, viajei de ônibus até São Paulo para o aeroporto de Guarulhos. No dia 2 de setembro de 2014 peguei um voo da TAP para Lisboa. Passei o vôo todo acordada, que desconforto viajar de avião por 11h, prefiro um busão. Cheguei em Lisboa na parte da manhã do dia 3 de Setembro e duas horas mais tarde peguei um vôo para Amsterdam.

Quando sobrevoava por Amsterdam, em um dia ensolarado, bonito, eu pensava comigo mesma "está acontecendo", eu não podia acreditar aonde tinha ido parar. Pela primeira vez sentia que tinha controle sobre minha vida.

Depois de pegar minhas malas e sair pela porta de desembarque dei de cara com minha host mom (mãe anfitriã), ela segurava um balão que dizia "Welkom!" (Bem Vindo!). Que loucura, pensei novamente, eu estou do outro lado do atlântico sendo recebida por uma completa estranha, eu só posso ter pirado. Mas se não fosse pra ser muito louco, eu não teria saído de casa, não é mesmo?

Quantas vezes em meu quarto no auge da minha depressão eu pedia ao Universo uma oportunidade de mudar o que não me fazia feliz, sempre pedindo à vida uma chance de recomeçar do zero. Eu pedi tanto e fui atendida, não quando eu quis fugir da minha realidade, mas quando eu estava pronta para me encontrar.

[ continua no próximo post ]

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