Voando as tranças pela Escandinávia 3: os indígenas suecos


Uma das primeiras coisas que eu mais queria fazer ao chegar à Escandinávia, era saber mais sobre o povo Sámi. Assim como no Brasil, o norte da Europa também tem seus próprios indígenas. Eles moram na parte norte da Suécia, Noruega, Finlândia e Rússia, território conhecido como Lapland ou Lapônia. 

Família Sami por volta de 1900 - Lapônia

Lapônia/Lapland

Os Sami, vivem há milhares de anos na região e, ao longo do tempo, quando os germanos começaram a migrar da Europa Central para a Escandinávia, ambos os povos começaram a se miscigenar. 

Então é muito curioso perceber que não há diferenças físicas, que a autoidentificação deste povo se dá através da cultura e da língua.

Vestimenta tradicional (que eles usam toda hora). Outro dia, vi um pai e seu filho no supermercado com essas roupas supercoloridas. Achei o máximo!

A língua sueca, dinamarquesa e norueguesa são parecidas. Já a língua Sami é totalmente diferente, já mais puxada para o finlandês. O interessante é que mesmo tendo sofrendo um processo de assimilação ao longo dos últimos séculos, o povo conseguiu resistir e, hoje tem suas próprias comunidades onde podem exercer o direito ao restabelecimento  de suas tradições e língua. Inclusive ele têm o próprio parlamento e uma bandeira lindíssima, a mais linda que já vi em toda a minha vida.

O artesanato é também bem diferente, quando estive em Kiruna pude ter um pouquinho de contato com a cultura Sami. Ao longo do caminho, pude ver alguns cuidando das renas que ficam ao lado das rodovias e, na cidade, pude conhecer o museu e a cultura material deles.

Vale a pena conhecer o museuzinho que fica em Jukkasjärvi, aprender um pouco sobre a situação do povo na atualidade e, aproveitar para comer um sanduíche de carne de rena defumada, o suovas


Me esquentando enquanto  aguardo meu suovas. Lá fora, -15 graus.

A visita foi maravilhosa, há muito do que se falar sobre os Samis, mas o espaço é curto. Então fica a sugestão de um filme sueco lindo, lançado no ano passado e que conta um pouco sobre a condição dos Samis na década de 30, num contexto em que a idéia de supremacia branca estava enraizada na mentalidade das pessoas, inclusive na dos professores. Vale a pena assistir, pois ele não só nos remete a uma história de luta contra o preconceito, mas também nos atenta sobre algumas ideologias que vem ganhando espaço nos últimos anos. O nome do filme é SAMEBLOD em sueco ou SAMI BLOOD  em inglês, direção de  Amanda Kernell.


Lado de fora do museu


Obrigado por ler!

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