A forja do próprio corpo

Há muito tempo tenho dado voltas nesse assunto sem de fato chegar em algum lugar efetivo, e talvez isso fale mais sobre mim do que eu gostaria de acreditar. Mas tenho claro para mim alguns conceitos que gostaria de trazer aqui, ainda que esteja falando disso, em partes apenas de forma teórica.

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Uma vasta parcela de pessoas, de inúmeras culturas diferentes e concepções de realidades tem em comum uma ideia que está de certa forma ligada inerentemente ao desenvolvimento da sociedade e do homem como ser racional e avançado. Essa ideia é do domínio do próprio corpo, ou melhor, da forja do próprio corpo.

Tal conceito pode ser visto de uma forma bastante simplista se pensada em termos de simples "emagrecimento", "musculação", mas a forja da qual estou falando tem uma raiz muito mais profundo, ligada diretamente ao intelecto, ligada à alma do sujeito. O desejo do domínio de si, de uma forma praticamente estoica, impondo auto-restrições e disciplinas firmes é uma ambição daqueles que sabem que só mesmo dominando a mente e o corpo nos tornamos donos de nós mesmos.

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Já não é segredo para ninguém que vivemos descaradamente numa era do comodismo, da frouxidão de espírito, da ignorância camuflada pelo raso conhecimento em infinitas amenidades, dos memes que amortecem nossos sentimentos e da barriga de trigo assistindo a "nova televisão". Hoje em dia temos as facilidades de ao menos falar sobre isso, a internet nos traz imensas vantagens, inclusive de gerar esse tipo de crise de crescimento através de aprofundamentos teóricos pouco possíveis em períodos anteriores. Mas o que vemos aqui acima de tudo isso, é que existem tipos de homens, tipos de seres humanos, melhor dizendo.

A condição da disciplina, da determinação, força e intelecto de aço é indiferente ao acesso a informação ou não. E para isso basta você pensar naquele homem da lavoura, que passa a vida no sol com suas ferramentas, arando a terra, cortando lenha, puxando peso, fazendo seu corpo trabalhar para o que veio de fato fazer, esse tipo de homem pode estar distante de um intelecto sofisticado, mas seu conhecimento de vida (quando não prejudicado por inúmeros fatores) traz uma sabedoria única, poderosa, tão válida quanto qualquer outra. É mais raro ver o meio termo, o homem do meio, onde exercita a intelectualidade como um músculo, seu espírito e filosofia da mesma forma que trabalha seu corpo, dia após dias, não apenas pelo hedonismo ou desejo de se moldar esteticamente, mas sim como uma transmutação da carne, da materialização da alma através do corpo com o mesmo nível de força.

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Isso me pega de jeito, dado que tenho um fogo intenso em minha alma e em meu intelecto, porém completamente titubeante em minha forma física, sei que passei por inúmeras fases e que não posso julgar-me por fases onde não tinha o controle para poder mudar antes. Mas meu universo vem caminhando para esse ponto específico, onde enfim, fica impossível continuar aceitando qualquer desculpas para continuar sendo um simples peso morto, com barriga flácida e falta de postura. Ironicamente tenho um desafio extra que é um problema postural incorrigível, onde só mesmo a musculação e a doutrina de coluna ereta podem camuflar minha postura que aos olhos pouco treinados, parece algum tipo de descaso com meu próprio corpo.

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A disciplina de transformar o corpo está atrelada a uma vasta gama de atitudes e posicionamentos, o que torna isto não apenas difícil, mas também de certa forma heroico. Talvez poucas coisas possam trazer tamanha mudança para o homem do que o domínio de si próprio. A disciplina da alimentação (a exata para você e não para todos), a disciplina do exercício físico, da resistência física, do fôlego, de atividades físicas naturais (como escalada, trilha, corrida na natureza, natação, etc), a concentração, a meditação, enfim.

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Utilizar o corpo no seu máximo não quer dizer nenhum tipo de deformação estética do tipo "hipertrofia", mas sim você saber para que cada fração de célula serve, sentir-se pleno dentro de si.

É uma ambição e tanto não?

Fonte das imagens:
1, 2, 3 e 4


Obrigado por ler!


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