Minha experiência telefonando para o CVV

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O CVV, conhecido popularmente como "Telefone dos Suicidas" é um serviço para o qual as pessoas que se sentem angustiadas ou deprimidas podem ligar para desabafar. Apesar da fama como "telefone dos suicidas" se popularizou muito a quantidade de ligações feitas ao serviço por pessoas sozinhas que queriam apenas alguém com quem desabafar, como no meu caso. Todos os meus amigos são muito ocupados com trabalho, estudos e relacionamentos, por isso hoje pela manhã, quando estava me sentindo deprimido, decidi ligar para lá. A ligação durou cerca de 25 minutos, mas a medida que o tempo ia passando eu ia me sentindo melhor comigo mesmo. No final o atendente me disse para ligar sempre que me sentir para baixo.

Um esclarecimento:

O CVV não é um serviço de psicoterapia gratuita por telefone. É apenas um número para a pessoa telefonar quando precisar de alguém para desabafar suas angústias. O próprio ato de falar para alguém sobre o que está incomodando ajuda a organizar as ideias e pensar melhor nas coisas, mas isso não funciona para todos e nem deve ser encarado como uma solução definitiva para o problema da depressão. Em resumo, o CVV é apenas uma "válvula de escape" para aliviar a pressão de pessoas que estejam em momento de desespero, mas eles atendem qualquer pessoa independente de sua angústia ser "relativamente insignificante" ou "potencialmente destrutiva".

Todos os problemas são importantes, por isso não se sinta culpado achando que está "tirando a vaga" de alguém com problemas "de verdade". Se o problema te afeta, então ele é importante. Eu mesmo não me senti culpado por ligar reclamando de algo relativamente insignificante porque para mim era importante.

Existem muitos casos negativos relacionados ao CVV, mas a maior parte deles pode ter se dado pela confusão do serviço de ouvintes voluntários com um serviço profissional de psicoterapia. Houveram relatos de pessoas que se sentiram piores por estarem sendo atendidas por ouvintes robóticos que ficavam soltando frases clichês. O meu atendente não fez isso, ele prestou atenção no que eu dizia e dava feedback sem menosprezar o meu problema. Acredito que o treinamento dos voluntários deva incluir esse tópico: evitar frases clichês, demonstrar interesse no que a pessoa fala e dar feedback sem menosprezar o problema dela.

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