Um conto espacial (Parte 18)

Ler parte 17


18.jpg

-PARTE 18-

1 de Março

A tendência continua... o primeiro vírus continua a matar a um ritmo cada vez mais acelerado e o segundo começa a varrer o que primeiro deixou para trás.

Os "construtores", os 4 astronautas que trabalham na construção da nova Estação Espacial, são informados que o carregamento agendado não irá chegar. Os lançamentos foram suspensos e foi-lhes dito que irão voltar dentro de 10 dias.


2 de Março: 13,2 milhões de mortos.
3 de Março: 20,5 milhões.
4 de Março: 33 milhões.
5 de Março: 52,3 milhões.
6 de Março: 69,8 milhões.
7 de Março: 86 milhões.
8 de Março: 102 milhões.
9 de Março: 126 milhões.
10 de Março: 178 milhões.


11 de Março

Os construtores continuam à espera de ordens para voltar. Em vez disso, são informados de que não existem condições para a sua recepção. É-lhes dito que continuem o trabalho enquanto não for possível o seu regresso. A construção da nova estação espacial estava prestes a entrar numa fase importante. Em breve novos astronautas iriam chegar para ajudar nas caminhadas espaciais e para montar instrumentos essenciais. O seu regresso à Terra significa a suspensão total dos trabalhos. O que está feito não se perde e pode ser retomado mais tarde mas um adiamento por tempo indeterminado é algo que não se encara de ânimo leve num empreendimento desta envergadura.


12 de Março

246 milhões de mortos.

A OMS estima que as mortes associadas à pandemia sejam muito superiores. Há hospitais sobrelotados, falta de cuidados de saúde generalizados, conflitos localizados. Verificam-se falhas nos serviços, falta de produtos, pilhagens, assaltos, violência. As piores estimativas apontam para o dobro dos mortos.

Um número na ordem de 500 milhões de pessoas representa 5% da população mundial em 2041. Isso significa 5% da população mundial morta em pouco mais de um mês.

Há ameaças de guerra em alguns pontos do globo. Tudo começa a ser alvo de cobiça: água, comida, armas e até os combustíveis fósseis, já pouco utilizados nas actividades quotidianas, são razão de conflitos. A troca de bens entre vizinhos voltou a ter uma relevância que não se via há muito. Há quem use metais preciosos como moeda e quem tem um pouco de terra começa a lançar-lhe sementes.


imagem: pixabay.com

H2
H3
H4
3 columns
2 columns
1 column
Join the conversation now
Logo
Center