BURROS, BOMBAS E SOCOS NAS TROMBAS - Parte VI (Menos um!)


Parte VI

OBJECTO - a coisa - o que fica como realidade quando o observador existe enquanto tal. Não fosse ISSO, o OBJECTO, seríamos deuses (ou Deus, quem sou eu para questionar a fundação teológica de cada um!). Essa folha em branco - queima-a, ela tornou-se tão perigosa quanto tu. Pior ainda, ela ainda não foi tintada e ainda não tens como saber o que ela há-de ser. Tanta gente a sofrer por não saber ou poder apreciar o vazio e o por fazer. Que a minha preguiça não os confunda e que o meu tédio não os atormente - o clã da folha em branco havia de se sentir de outra maneira e fazer perder aquele espaço livre por ninharias e ideias menores... AQUELA GRANDIOSIDADE DE NÃO FALHAR numa folha vazia!

Mas tomámos a página em branco para a nossa realidade, o parágrafo seguinte como a nossa liberdade e o orgulho fez-nos crêr que as palavras que conspurcam o silêncio da folha, já emporcalhada, são a nossa realidade, que são, senão a mais sublime das nossas expressões, uma expressão minimamente digna da nossa pretensão de saber; uma criação suficiente para nos reconhecermos em ideia que nunca tivemos antes. É assim que fingimos que nos imaginamos, ao silenciar o silêncio - a folha era branca e agora não passa de um devaneio. Talvez ainda haja tempo para redireccionar o assunto, fingir que fingimos, enquanto a realidade que construímos é esse mesmo devaneio, ainda mais aprofundado, talvez até fundo demais. E em boa verdade nunca valeu a pena sofrer pela tal página em branco, ela já estava condenada quando a atenção se tinha tornado ISSO. Era só vontade de escrever e, no caminho,  tropeçámos na ideia de "FOLHA EM BRANCO" noutro post, em tantos posts por aí, e era só onde a atenção tinha caído. "Presta atenção", como quem "presta" um serviço a alguém, como alguém que "preste". Porque a realidade, por vezes, só às vezes, também pode ser GRANDIOSIDADE e TROCADILHOS mas não convém que seja assim todos os dias.

Há no novo parágrafo outra oportunidade de construir uma nova camada de OBJECTOS a que dar atenção, de fingir mais um propósito ao sugerir aquela ideia qua ainda não foi escrita, de direccionar a atenção a um acordo porque a repetição do vagar ficou cansativa. Um propósito a imaginar, a descrever, para reflectirmos a mecânica da coisa porque a honestidade de quem fala em "FOLHAS EM BRANCO" está mais do que morta quando lemos e esse objecto não é mais do que uma ilusão.


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