#FILMOTECA – A Casa Amaldiçoada (1999)

Mansão assombrada, fantasmas e um pequeno grupo arcando com as consequências de ter escolhido aquela casa para permanecer.

Esse filme é um remake de um clássico do terror de mesmo nome e de 1963, sendo ambos baseados no livro The Haunting of Hill House. O filme de 1963 é um grande clássico do terror (nota 7,6 no IMDB), pertencendo a uma época onde os filmes de terror eram bem diferentes dos mais recentes, com poucos jumpscares e se focando na criação de atmosfera, embora a linguagem para tal não seja normalmente eficiente em públicos mais novos.

Somos convidados a acompanhar Eleanor (Lili Taylor), que por problemas familiares acaba ficando sem lugar para morar e sem o emprego antigo, mas que acaba recebendo uma ligação para participar de uma pesquisa relativa a problemas de insônia e receber uma boa gratificação por participar da pesquisa. O estudo está sendo conduzido por Dr. David Marrow (Liam Neeson) em uma enorme mansão. Ao chegar lá para o estudo, conhece dois outros participantes: Luke Sanderson (Owen Wilson) e Theodora (Catherine Zeta-Jones). No entanto, o estudo que o Dr. Marrow está conduzindo não tem nada a ver com a insônia, e sim com o medo, aproveitando-se da casa com fama de ser assombrada.

A mansão, construída por Hugh Crain no século XIX para sua mulher, foi feita com o propósito de enchê-la de filhos, mas todas as crianças morreram ao nascer. A esposa se mata após a casa ser concluída e Crain se torna um recluso. Porém, como o filme revela, a história da mansão vai muito além e cobre uma trama muito mais sinistra.

Aos poucos, convivendo na mansão, fatos estranhos começam a ocorrer e uma estranha presença extrafísica começa a influenciar Eleanor. O filme trabalhará a relação entre o estudo do professor, que sai do controle, a história da casa e a reação dos participantes aos misteriosos eventos sobrenaturais que ocorrem.

Analisando o filme como filme, sua qualidade como terror não é muito relevante. Não é um filme realmente capaz de assustar ou criar uma atmosfera densa que convoque os medos no telespectador. No entanto, ele acaba compensando de outras formas, de maneira que talvez deva ser visto mais como algo relativo a uma situação de mistério que de terror em si.

A mansão apresentada no filme é de caráter muito único e incrível. Seus corredores, a arte que habita em cada cômodo da casa, os grandes quartos repletos de peças finíssimas, tudo isso resulta num ambiente muito belo aos olhos. O exterior da mansão também é incrível. Apesar de as cenas interiores terem sido filmadas em locais diferentes ou construídos para esse fim, para as cenas exteriores foi utilizada a mansão Harlaxton, na Inglaterra.

A atuação dos autores se adequa bem ao filme, tendo alguns autores bastante reconhecidos cumprindo bem seus papéis. O problema de filmes assim é que, dentro da trama, uma vez que se descobre algo da intenção das entidades sobrenaturais, o medo acaba sendo dissipado e o andamento se torna algo mais de aventura do que de outra coisa. Diria que A Casa Amaldiçoada é um bom entretenimento, principalmente por seu elemento estético, mas não um filme para ser mantido entre os grandes nomes do gênero.