As criptomoedas vão acabar com os Bancos?

Na semana passada o @albertoyago me fizer uma pergunta muito interessante sobre como o crescimento das criptomoedas pode atrapalhar a vida dos bancos, isso porque sou bancário e um grande entusiasta das *altcoins *e da tecnologia do blockchain.
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Para mostrar minha visão sobre o papel social das instituições financeiras e como a função delas não é concorrente com o desenvolvimento das criptomoedas, deve-se observar que em nossa sociedade existem pessoas que conseguem poupar, mas não querem deixar seus recursos sem utilização, quer sejam eles dinheiro, bitcoins, imóveis, ações, ouro ou qualquer ativo financeiro. Elas têm interesse em investir (em economia isso significa transferir consumo para o futuro), para, no mínimo, manter o poder de compra diante da inflação e gerar retornos para o futuro.

Contudo, esses indivíduos são profissionais de diversas áreas que não têm interesse em conhecer os detalhes sobre aplicações financeiras, bolsas de valores, tributação, entre outros. Querem aproveitar o tempo com outras coisas que lhes proporcionem maior retorno e satisfação, como se dedicar mais ao trabalho ou passar mais tempo com a família, entre outros.

O que faz um banco?

Os bancos têm uma função fundamental na alocação de recursos na economia – o de levar os recursos de quem tem sobrando (agentes superavitários) para as pessoas e empresas que estão precisando (agentes deficitários). Com isso, essas instituições pagam rendimentos para os emprestadores e recebem rendimentos dos que tomadores, ficando com uma parte para cobrir seus custos e remunerar os controladores e acionistas, chamado de *spread *bancário.

Claro que as instituições financeiras têm riscos para os aplicadores e podem até quebrar. Mas os indivíduos não têm que fiscalizar sozinho os bancos, pois o Banco Central do Brasil e a Comissão de Valores Mobiliários trabalham monitorando o sistema e criando normas para seu bom funcionamento, em busca da estabilidade do mercado. Não é um sistema perfeito e pode melhorar, mas tem funcionado bem.

Finalmente, respondendo à pergunta

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Neste cenário, os bancos prestam um enorme serviço para a sociedade, já que possuem uma estrutura capaz de buscar a alocação dos recursos dos poupadores de forma diversificada, e com burocracia relativamente baixa. Outros tipos de investimento, como em ações, debêntures ou até mesmo tesouro direto, demandam tempo do interessado para entender o mercado e analisar esses ativos, o que muitas vezes não é objetivo.

Desta forma, na minha opinião, Bancos e criptomoedas não tem uma relação excludente, e sim complementar. Essa dinâmica de intermediação financeira existe desde a época em que se usava ouro e prata como moeda de troca. A sociedade evoluiu, surgiu o papel moeda e a moeda digital e tais instituições continuaram com seu trabalho. Se essa evolução continuar e as criptomoedas tornarem-se meios de troca predominante, a especialidade dos Bancos de alocação de recursos dos indivíduos superavitários para os deficitários ainda será crucial para o desenvolvimento da economia da sociedade.


Imagens: https://pixabay.com. Usuários: Make-someones-day, JamesQube.
Post adaptado do meu blog, https://dinheironaoeproblema.wordpress.com/2018/02/04/as-criptomoedas-vao-acabar-com-os-bancos/.

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