Sobre os passeios da minha infância

Há alguns dias, o @flaviusbusck publicou um relato muito bonito sobre uma trilha e acampamento que fez com seus amigos por estes dias. Lendo o post dele pude perceber a falta que esse tipo de passeio faz na minha vida; é algo que desde que engravidei da Clarice deixei de lado por conta de tudo o que a vida materna nos traz, os compromissos e as tarefas.

Já comentei aqui que fui criada em um sítio, então o contato com a Natureza foi uma das partes mais importantes da minha infância, o que me fez construir um amor muito intenso pelas matas e pelos animais. Os principais personagens dessa parte de minha história foram meu pai e o meu irmão mais velho. Falo isso porque normalmente minha mãe e minha irmã mais velha ficavam em casa e ao redor dela, cuidando das tarefas domésticas que, apesar de sempre ser cobrada para aprender tudo o que era necessário para cuidar da casa (e aprendi, naturalmente), eu sempre preferia ficar do lado de fora, como lá eram poucas crianças ao redor para brincar, eu acabava acompanhando meu pai e meu irmão na lida com os animais e com as plantas.

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Hoje em dia percebo o tamanho da paciência que meu pai teve em me ensinar tudo o que aprendi: cada canto de pássaro que ouvia eu perguntava o nome, a cor, como era; cada árvore que me chamava a atenção eu queria saber de que espécie era. Eu perguntava de tudo, tudo: a função disso, o funcionamento daquilo, o porquê daquilo lá etc. Parte disso tudo eu não consigo resgatar em minha memória, mas o que estão gravadas sem perigo de perca são as intermináveis pescarias no Rio Iguaçu de barco à motor ou à remo, das entradas nos infinitos alagados ao redor desse rio imenso, da emoção de pegar um bagre de 3kg com uma vara de bambu e das infinitas espécies de pássaros, principalmente, que encontrávamos pelo caminho. Até hoje lembro da primeira vez que vi um "gavião-preto-de-rio", como meu pai chama. Víamos garças de todos os tamanhos e tipos, socós, martins-pescadores, biguás, baitacas, sanhaços, trinca-ferros, tiê-sangues, "corações-de-boi" e outros infinitos nomes que eu nunca mais esqueci.

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Meu irmão também sempre foi apaixonado principalmente por pássaros, parte de todo o pequeno conhecimento que tenho sobre este mundo veio dele. Durante parte da minha infância ele passava as semanas longe de casa por conta de trabalho e estudo, mas nos finais de semana, ele sempre reservava um momento para fazermos alguns passeios por extensas trilhas perto de casa, sempre me ensinando a andar em silêncio pelas matas para não espantar os pássaros.

Guardo com muito carinho tudo o que lembro destes ricos momentos que vivenciei, pois infelizmente não tenho fotos desta época, nem filmagens; por isso conto com apenas estes flashes de memórias e histórias daquele tempo.

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Obrigada pela leitura! Abraços, Carol. <3

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