[minhas leituras] – A Redoma de Vidro, Sylvia Plath

Quando ouvi falar sobre esse livro, notei que algumas críticas relacionadas a ele o descreviam como sendo um livro “fofo”, um “romancezinho gostoso de ler”. Mas eu não vi nada disso! Apesar de que a escrita da Sylvia seja espetacular e que seu talento possa ser visto como único ao descrever fatos, nem ela mesma considerava A Redoma de Vidro (The Bell Jar) como um livro bom, pois para ela não passava de um “livro-teste”.

Este livro não é essencialmente uma autobiografia da autora, porém, alguns fatos aconteceram realmente em sua vida, como o “verão de 1953”, onde ela entrou em depressão profunda e resolveu tentar se suicidar.

A história é sobre uma personagem que sempre foi muito estudiosa, ganhou prêmios e entre eles, um estágio em uma revista famosa. Sabe-se que Sylvia Plath de fato trabalhou na revista Seventeen (como se fosse uma Capricho) quando tinha vinte anos, e ela vai contando a vida dessa personagem com acontecimentos do que houve na sua vida nessa época. Apesar de levar uma vida muito boa, com muito glamour, ela acabou vendo que tudo aquilo não fazia sentido e então enlouqueceu completamente, começando a apresentar sintomas depressivos e suicidas.

E é justamente isso que deixa o livro muito interessante, porque é possível ver a decadência dessa personagem que levava uma vida aparentemente muito boa e acaba em depressão sem um motivo preciso. É um tipo de narrativa muito semelhante ao Apanhador no Campo de Centeio (The Catcher in the Rye), de J. D. Salinger, onde acabamos entrando profundamente naqueles momentos da vida da personagem.

Podemos resumir a história da Redoma de Vidro como quando uma pessoa descobre em seus atos que está portando uma doença mental e nisso, vai entrando em diálogos internos ou com pessoas ao seu redor com muita leviandade sobre como acabar com a própria vida, pensando com que roupa a mãe a encontraria quando ela se suicidasse e coisas assim. É possível perceber a realidade que Sylvia Plath transpassa em sua narrativa justamente por ela ter vivenciado grande parte desses acontecimentos e de fato tentar se matar algumas vezes.

Vale lembrar que Sylvia Plath se suicidou aos 31 anos dentro de casa, de uma maneira bem trágica, ligando o forno a gás e trancando todas as portas da cozinha. Sua morte arrasou com todas as pessoas próximas à ela, o que faz com que ao nos depararmos com A Redoma de Vidro, percebamos que a personagem, se transfigurada na própria Sylvia Plath, que mencionava sua morte de modo egoísta, dentro da sua própria redoma, sem se importar se eus entes queridos iam sofrer com isso ou não.

É um livro forte e muito emblemático, já faz algum tempo em que li pela primeira vez e, assim como alguns outros livros, acredito que não possa ser lido em determinadas épocas da nossa vida. Sylvia Plath foi uma escritora genial e deixou obras muito boas para serem desfrutadas por nós. Porém, não penso ser correto encontrar uma certa glorificação pelas doenças mentais e o suicídio, não no sentido de que seja necessário falar sobre elas, mas sim pelo fato da glamourização das mesmas, como sendo algo meio cult nos dias de hoje.

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Obrigada pela leitura. Abraços, Carol. <3

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