Somos passageiros nessa vida...

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Eu não vim a esse mundo para ser feliz, nem pra usufruir, nem para desfrutar de nada. Não há nada a ser conquistado. Vim para estar diante, a cada momento, do que é real. Sem ilusões. O que é real não está limitado aos meus desejos, aos meus medos, à minha ideia tola de que existe algum controle sobre as circunstâncias externas, à minha ideia tola de que buscar circunstanciais externas mais agradáveis ao meu ego me conduz a algum lugar. Não há nenhuma linha de chegada nessa vida, por isso tudo que faço para atender ao meu ego é inútil.

Até mesmo a busca pela espiritualidade e pela religiosidade não é menos tola do que a busca pela satisfação material quando ela nasce da mesma ilusão de que existe algo a ser obtido a partir dela, algo que pode me servir de alguma maneira (bem-estar ou felicidade, por exemplo).

Essa vida não me foi dada... ela nem sequer me pertence. A possibilidade de estar viva é grandiosa demais para caber dentro disso que rotineiramente chamo de "eu". A vida não pertence ao "Eu". Esse "Eu" é que segue sendo parte dela. Esse "Eu" é um mero acontecimento, quase acidental, dentro do processo da vida em si. Mas nunca enxergamos a grandiosidade da vida, pois estamos sempre tentando encaixá-la dentro de nossas pretensões de conforto, de felicidade, ou simplesmente de não sofrimento - estamos sempre tentando extrair dela algo que ela tenha a nos oferecer. E assim o "Eu" segue tentando compartimentá-la, fechando os olhos para o todo que ela contém. A vida inclui o todo... e o todo é feito não só de amor, de felicidade e de conforto... é feito, também, de dores, de lutas... Acolher o que é real passa pela aceitação total das circunstâncias como são... incluindo plenamente aquelas que não satisfazem ao ego. São essas circunstâncias desagradáveis, essas que contrariam os nossos desejos que nos auxiliam a dissolver o nosso ego e começar a perceber o que é.

A questão não almejar ser alguém que não sou... É acolher de forma total aquilo em mim, JÁ É!

Eu não posso, de forma alguma, direcionar o fluxo da vida. Posso apenas me tornar apta a seguir junto com ele, sem hesitar e sem opor resistência. Eu não posso me tornar alguém que não sou, mas posso aprender a conhecer quem sou e a manifestar o que é real em mim.

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