Lula and the (in)decision of international policy

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[EN]

Since taking office, Lula's government has generated heated debates about the direction of Brazilian foreign policy. The rapprochement with countries such as Russia and China, members of BRICS, and the apparent distancing from Western democracies such as the United States and Europe, raise a warning sign: is Brazil isolating itself on the global stage in the name of an ideological agenda?

The growing influence of BRICS on the international stage is undeniable. The bloc, formed by Brazil, Russia, India, China and South Africa, represents a group of emerging economies with great potential. However, the ideological and political diversity among its members raises an air of uncertainty at several points in this alliance.

While Brazil, India and South Africa are consolidating themselves as democracies, Russia, under Putin's command, is moving towards an authoritarian regime with restrictions on freedom of expression and political opposition. China, in turn, remains a one-party regime with a history of human rights violations.

In this context, Brazil's rapprochement with BRICS requires careful analysis, especially since the current president of the BRICS bank is Brazilian Dilma, a former president who was impeached.

The search for new trading partners and expanding geopolitical influence are legitimate objectives, but they cannot override the democratic values ​​that Brazil has historically defended.

The Lula government's stance on the war in Ukraine has also generated controversy. The defense of a peace agreement that takes into account Russia's interests, without explicitly condemning the invasion, sounds like an endorsement of the violation of Ukrainian sovereignty. Ironically, Lula criticized his opponent in the 2022 elections for rapprochement with Russia. In other words, to win the election, one speech is needed, and when it comes to taking office, another speech is needed. Even coming from a president who was convicted of corruption, changing the speech is the least of the problems.

Although Brazil's tradition of neutrality in international conflicts is the rule, silence in the face of Russian aggression can be interpreted as collusion with the violation of international law. Brazil is at risk of becoming diplomatically isolated, the famous “sitting on the fence” and only looking out for its own interests on a global stage. Given that Brazil is among the world’s top 10 largest economies, it does not seem like a very well thought-out move, as it could end up losing trading partners on both sides.

The Lula government’s criticism of Israel’s policy towards the Palestinians and its defense of the recognition of the Palestinian State have also generated friction. Brazil, historically a defender of the two-state solution, seems to have taken a more critical stance towards Israel, which could jeopardize dialogue and cooperation between the two countries.

The Lula government’s foreign policy appears to be at a crossroads. The search for greater autonomy in relation to Western countries and the defense of a multipolar order are legitimate objectives. However, rapprochement with authoritarian regimes and distancing from consolidated democracies could isolate Brazil on the international stage.

The challenge for the Brazilian government is to find a balance between defending its interests and maintaining the country’s values ​​that have always guided its actions on the international stage. Pragmatism in international relations is essential, but it cannot override the principles that define Brazil's identity as a nation.

Brazil has a fundamental role to play in building a more just and democratic world. Its prominent position in Latin America and its growing economic influence give it an even greater responsibility. The Lula government needs to be careful not to compromise this position in the name of an ideological agenda that could isolate the country and harm its interests in the long term.

There is one positive point to add and believe in an improvement. In 1 year and a half, the movements for the presidential elections will begin in Brazil, and Lula will once again shape up, leaving the ideological side hibernating to show the democratic Lula, peace and love, who creates a narrative of a moderate (something he never was), in order to try to win the election. With this, international statements will be more subdued and may help Brazil maintain its usual international position.


[PT-BR]

O governo Lula, desde sua posse, tem gerado debates acalorados sobre os rumos da política externa brasileira. A reaproximação com países como a Rússia e a China, membros do BRICS, e o aparente distanciamento de democracias ocidentais como os EUA e a Europa, acendem um sinal de alerta: estaria o Brasil se isolando no cenário global em nome de uma agenda ideológica?

A crescente influência do BRICS no cenário internacional é inegável. O bloco, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, representa um conjunto de economias emergentes com grande potencial. No entanto, a diversidade ideológica política entre seus membros levanta um ar de incerteza em vários pontos nessa aliança.

Enquanto Brasil, Índia e África do Sul se consolidam como democracias, a Rússia, sob o comando de Putin, caminha em direção a um regime autoritário com restrições à liberdade de expressão e à oposição política. A China, por sua vez, se mantém como um regime de partido único, com histórico de violações aos direitos humanos.

Nesse contexto, a aproximação do Brasil com o BRICS exige uma análise cuidadosa, ainda mais pelo fato do atual presidente do banco do BRICS ser a brasileira Dilma, ex-presidente que sofreu processo de impeachment.

A busca por novos parceiros comerciais e a ampliação da influência geopolítica são objetivos legítimos, mas não podem se sobrepor aos valores democráticos que o Brasil historicamente defende.

A postura do governo Lula em relação à guerra na Ucrânia também tem gerado controvérsias. A defesa de um acordo de paz que leve em consideração os interesses da Rússia, sem uma condenação explícita à invasão, soa como um endosso à violação da soberania ucraniana. Ironicamente Lula criticava seu opositor das eleições em 2022 por aproximações com a Russia. Ou seja, para ganhar eleição um discurso, na hora de exercer o cargo outro discurso. Embora vindo de um presidente que foi condenado por corrupção, mudar o discurso é o menor dos problemas.

Embora a tradição brasileira de neutralidade em conflitos internacionais seja regra, o silêncio diante da agressão russa pode ser interpretado como uma conivência com a violação do direito internacional. O Brasil corre o risco de se isolar diplomaticamente, o famoso ficar em cima do muro olhando apenas os seus interesses em um cenário global, e o Brasil estando no TOP 10 maiores economias do mundo, não me parece uma jogada muito bem pensada, pois pode acabar perdendo parceiros comerciais dos dois lados.

Há também as críticas do governo Lula à política israelense em relação aos palestinos e a defesa do reconhecimento do Estado Palestino também têm gerado atritos. O Brasil, historicamente defensor da solução de dois Estados, parece ter assumido uma postura mais crítica em relação a Israel, o que pode comprometer o diálogo e a cooperação entre os dois países.

A política externa do governo Lula parece estar em uma encruzilhada. A busca por uma maior autonomia em relação aos países ocidentais e a defesa de uma ordem multipolar são objetivos legítimos. No entanto, a aproximação com regimes autoritários e o distanciamento de democracias consolidadas podem isolar o Brasil no cenário internacional.

O desafio para o governo brasileiro é encontrar um ponto de equilíbrio entre a defesa de seus interesses e a manutenção dos valores do país que sempre nortearam sua atuação no cenário internacional. O pragmatismo nas relações internacionais é fundamental, mas não pode se sobrepor aos princípios que definem a identidade do Brasil como nação.

O Brasil tem um papel fundamental a desempenhar na construção de um mundo mais justo e democrático. Sua posição de destaque na América Latina e sua crescente influência econômica lhe conferem uma responsabilidade ainda maior. O governo Lula precisa ter cautela para não comprometer essa posição em nome de uma agenda ideológica que pode isolar o país e prejudicar seus interesses no longo prazo.

Há um ponto positivo para adicionarmos e acreditarmos em uma melhora. Daqui 1 ano e meio começará as movimentações para as eleições presidenciais no Brasil, e novamente Lula irá se moldar, deixando o lado ideológico hibernando para mostrar o Lula democrático, paz e amor, que cria uma narrativa de moderado (coisa que ele nunca foi), para tentar vencer a eleição, e com isso, as declarações internacionais serão mais mansas e poderão ajudar o Brasil a manter sua posição internacional costumeira.

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