A postura de questionamento é mais importante que a originalidade das ideias (Quiron em aquário)


O TERRITÓRIO DA ORIGINALIDADE

A energia aquariana se manifesta na produção de ideias que possam gerar novas soluções para velhos problemas coletivos. Se realiza colocando-se a serviço do bem estar social no campo da racionalidade.

Uma energia precursora dos movimentos sociais de transpor fronteiras que superam tabus e dominação. Digo dominação porque em um sistema de valores coletivos, aquelas crenças que de alguma maneira negam formas ser naturais e legítimas humanas produzem dominação através da coerção. Em primeira instância, não somos impedidos de fazer nada mas, em nome da ordem, a sociedade cria mecanismos coercitivos que regulam nossas ações. A energia aquariana age buscando superar as normas que violam a liberdade individual. A ordem tem o seu lugar e importância, mas também é preciso não ficar cego nos momentos e situações que pedem um fazer e um pensar diferentes em nome da inclusão de formas de vida prejudicadas no sistema antigo.

Nesta tarefa, a habilidade aquariana consiste em enxergar para além do costumeiro, questionando a lógica que faz uma crença ser legítima no contexto social. Para isso, tem como parâmetro a inclusão da diversidade de modos de ser que merecem ser considerados e defendidos. Naturalmente esta postura produz atitude e pensamento rebeldes, pois não se sujeitam à autoridade sem fundamento.

Uma palavra frequentemente associada é “ideologia”. É por meio do pensamento lógico que se faz possível questionar o fundamento das regras sociais atuais, por isso a energia aquariana tem a capacidade da construção de um pensamento inovador que possa colocar um novo referencial para que as pessoas enxergam a fundamentação e os benefícios de adotar condutas e pensamentos novos e libertadores.

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O MITO DE QUIRON

Na mitologia, Quiron é um centauro imortal atingido por uma flecha com um veneno mortal. Por isso, ele não morre, mas o ferimento causado não se cura. Por sofrer de muitas dores, ele passa a procurar maneiras de amenizá-la. Diz-se o "Curador Ferido" porque Quiron passa a ter a capacidade de cuidar de outras pessoas porque ele descobre o antídoto mas e, além disso, possui a empatia de saber como é sentir aquela dor. Por isso, é a simbologia de uma dor que sofremos e que temos que buscar ativamente os antídotos para amenizá-la. Em termos de personalidade, os aprendizados do caminho de nossa maturidade fazem com que possamos viver de uma maneira cada vez melhor.

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ASTROLOGIA COMO FONTE DE CONHECIMENTO NÃO DETERMINISTA

A posição de Quiron em cada signo ou casa astrológica sinaliza o local das feridas, assim como outros planetas falam sobre demais aspectos de nossa vida. É comum para quem não conhece a astrologia com um pouco mais de profundidade, questionar até que ponto os astros influenciam o comportamento humano e a dinâmica da matéria na terra (marés, crescimento das plantas). Independente desta questão, a astrologia vem construindo um vasto conteúdo sobre as personalidades e dinâmicas humanas ao longo de milhares de anos de aprimoramento. Por isso, mesmo que você não conheça seu mapa astral, pode simplesmente se interessar por um tema explicado pela via astrológica e entender mais sobre ele o ajudará em seu autoconhecimento.

A reconhecida astróloga Claudia Lisboa explica que hoje em dia não existe mais “eu sou assim porque sou de tal signo”, na verdade pode-se dizer “eu sou de tal signo porque sou assim”. Ou seja os arquétipos astrológicos nos ajudam a nos entender em um processo que deve passar pelo nosso discernimento, e não nos classificar.

Se você quiser saber onde Quiron se localiza em seu mapa natal acesse astro.com

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QUIRON EM AQUÁRIO

Quiron nesta posição pode trazer medo de expressar opinião própria e alta susceptibilidade a se influenciar pelas opiniões dos outros quando se trata de ideais a nível coletivo, como política, sociologia, religião. Isso acontece porque não se acredita no valor que as próprias ideias tem de contribuir para a sociedade.

Quando o desejo de contribuir não é satisfeito pode gerar atitudes de rebeldia, em uma postura de negação deste desejo em direção ao isolamento, à critica e à rejeição da sociedade. Então quando não encontra meios de canalizar esta necessidade, rejeita o grupo que pretendia ajudar.

A fragilidade da confiança nas próprias ideias vem de acreditar que elas perdem seu valor quando não são acatadas inteiramente ou não geram impacto nas pessoas. Existe aí uma ilusão de que os acontecimentos devem suceder conforme seu idealismo, tendo dificuldade em aceitar as coisas como são. Por isso pode gastar muito tempo e energia tentando convencer as pessoas da originalidade de suas ideias, o que na verdade é uma tentativa de autoconvencimento.

Também uma tendência a esperar demais da própria capacidade de inovação das suas ideias. E conforme o mundo prova que elas não são tão perfeitas como se espera, acontece a frustração. Quanto a isso, coloca o nível de exigência lá no alto. Na verdade este Quiron pode exigir demais do ineditismo de alguém que já possui esta capacidade. Pode possuir inclusive ideias controvertidas e sofrer críticas pela falta de compreensão e conservadorismo das pessoas.

Na união afetiva o conteúdo das ideias do outro é decisivo para o grau de envolvimento. E quando vê pensamentos diferentes dos seus, isso pode ser tornar um fator que impede enxergar outras compatibilidades que não a racional, como se buscasse se relacionar somente com as ideias e não como as pessoas por inteiro, suas emoções e intenções.
Pode se sentir sufocado e aprisionado diante de obrigações porque entende que elas retiram sua liberdade para fazer e pensar diferente.

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O CAMINHO DO APRENDIZADO – CURANDO A FERIDA

Por mais genial que pareça ser uma ideia, vai observar que em muitos momentos o que tem de melhor a oferecer talvez não seja um ideal impecável para que outras pessoas se referenciem, mas o exemplo de uma postura não conformista, criativa e aberta para o novo. Ou seja, o conteúdo do que é dito é importante, mas a postura que fez possível este conteúdo também é muito importante e em alguns momentos mais importante. A capacidade de gerar ideias inovadoras pode ajudar bastante, mas elas são passageiras, possuem limitações e imperfeições. O que fica é a postura de um bom pensador. Pensar assim diminui o apego que pode ser gerado na criação de um pensamento, como se ele fosse uma obra de arte intocável, aceitando que ele vai passar por modificações na medida em que é empregado no mundo. Para elucidar o lugar das utopias, faço uso de uma frase de Fernando Birri:

“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”

Aceitar que, coletivamente, nem todas as situações terão a liberdade e a criação do novo como valor maior. Existem outros valores que também são legítimos e necessários, como a organização, o resultado, a eficiência, a conservação que também podem estar a serviço do bem estar coletivo, só que de uma outra maneira. E neste ponto cabe falar que é preciso fazer uma separação entre as suas necessidades como indivíduo e as necessidades sociais. A energia aquariana brota e frutifica no contexto da inovação e do idealismo. Este é um valor pessoal que você deve viver para satisfazer uma parte do seu ser individual. Mas não possui igual peso para a coletividade, para outras pessoas e grupos. É importante enxergar esta separação para achar que o coletivo precisa de tanta liberdade e idealismo quanto você. E já que a energia aquariana se satisfaz quando está a serviço da sociedade, sendo este mais um valor pessoal, há uma conjunção perfeita quando o coletivo solicita inovação e você está por perto para oferecer.

Será interessante fazer as pazes com as tarefas e obrigações, conciliando disciplina e originalidade. Isso significa dosar sua medida e lugar das tarefas para que não nos limite, mas também sirva de auxílio para a liberdade. Isso pode se tornar um aprendizado mais forte na medida em que se enxerga que a negligência das obrigações nos prende e impõe insucessos. Por exemplo, negligenciar obrigação de trabalhar para ganhar dinheiro nos prende a uma situação de pouca liberdade na falta do dinheiro. Mesmo quando sua atitude está em um contexto de protesto coletivo, é preciso avaliar qual preço individual se quer pagar por isso. Neste exemplo falamos da negação do dinheiro, mas poderia ser qualquer outra atitude de revolta contra o status quo.

Você já possui qualidades e capacidades de contribuir coletivamente, mas a forma como faz essa contribuição será amadurecida na medida em que incorporar mais humildade e aceitar as imperfeições inerentes a vida e das suas próprias ideias. Para conquistar realização, buscar ir além do pensamento, colocando-o na experimentação da vida que traz as provas da realidade caótica, complexa e impossível de dominar por completo.


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