Samantha e James formam aquele típico casal americano, invejado por muitos como um match perfeito para os relacionamentos dos dias atuais. Só existe um pequeno probleminha entre eles: enquanto James tem um trabalho normal - na pele de um publicitário desengonçado - Samantha é nada menos do que uma bruxa. Sim, com uma simples torcida no nariz, ela tem o poder de fazer mágica (e também, muitas confusões).
Criada por Sol Sacks, a série foi transmitida originalmente pela emissora ABC e não demorou muito para ganhar os críticos e uma legião de fãs, que se mostraram muito receptivos ao programa (tanto em termos de audiência quanto em termos de boas / excelentes reviews).
Inicialmente, ao descobrir os poderes da amada, James fica estupefato e os ignora (tudo em nome do amor). Mas "impõe", como condição para continuarem casados, a regra de que Samantha não use seus poderes para ajudá-lo em nada e também, que ambos levem uma vida normal. No entanto, como Samantha não quer renegar a sua própria natureza de bruxa, ela vive se metendo em divertidas aventuras para tornar a vida de ambos mais fáceis e mais leve diante as adversidades do dia a dia.
Não apenas divertidos, os dilemas enfrentados pelo casal também conseguem ser comoventes e alguns até surpreendentemente complicados (servindo até como um ponto interessante para futuras reflexões). Um mérito do ótimo roteiro que episódio a episódio consegue se manter fiel (após 8 temporadas... totalizando 254 episódios) a essência do show desde o seu início, inovando sempre na medida do possível considerando os padrões apresentados na época.
Além de todos os problemas de casal, eles ainda precisam lidar com a presença indigesta de Eldora, a mãe de Samantha (uma sogra que ninguém desejaria ter... que aliás, também é uma bruxa). O esporte favorito dela é se meter na vida do casal sempre que possível, fazendo com que haja uma desarmonia entre eles (já que ela não aprova o relacionamento).
Outros personagens interessantes na série são os filhos do casal, Tabatha (que puxou o lado bruxa da mãe) e Adam (que puxou mortal do pai). Além deles, existe a tia Clara (um tipo de babá que vive esquecendo de cuidar das crianças), a vizinha chata Gladys e o seu marido Abner (que parece viver sempre no mundo da lua), Larry (o chefe ignorante de Adam), Serena (a prima maluca de Samantha) e Arthur (o tio boa-praça de Samantha).
Quem lidera essa trupe é a excelente atriz Elizabeth Montgomery. Ela e uma um ótimo time de atores dão vida a personagens carismáticos que ganham o público muito facilmente. Com atuações sempre equivalente a qualidade dos episódios, eles sempre entregam ótimos momentos durante essa "jornada sobrenatural" no mundo moderno.
O ritmo da série é leve, mas constantemente cômico. Há sempre uma mistura de alguma situação do cotidiano com a intervenção dos poderes de Samantha que é muito bem dosado pelas diretrizes que são traçadas pelo roteiro e também pela maneira como os diretores resolveram conduzir a trama. Nada demais, nada de menos... Tudo no seu devido lugar, sempre a oferecer o melhor para o público cativo do show (que por sinal, se mantém fiel até hoje).
A Feiticeira é uma série marcante não apenas pela sua constância na qualidade, mas também, por apresentar um olhar apurado sobre os problemas da vida moderna e seus lados bons e ruins... E principalmente, em como tudo poderia ser mais fácil se nós nos deixarmos levar por forças que estão além do nosso alcance (e aqui, eu creio que esse aspecto lúdico da série é o que mais se destaca de maneira evidente).