Combustível com preços absurdos... Uma reação em cadeia!

Esta semana, novamente a população brasileira está presenciando um caos no que se refere ao abastecimento nos postos de combustíveis.
Devido a uma greve/protesto generalizado de caminhoneiros de todo o país, foi iniciada uma reação em cadeia que está atingindo diretamente a vida de milhões de pessoas.


Caminhões que transportam todo o tipo de carga, tem parado em trajetos específicos em protesto contra o aumento abusivo do óleo diesel que tem sido gradativo e chegado a níveis absurdos. 

Dentre estes, muitos são caminhões que abastecem os próprios postos de combustíveis e como a carga não chega ao seu destino os mesmos estão com os reservatórios vazios.
Os poucos postos de gasolina/álcool/diesel que ainda tem o produto, estão alavancando o valor do combustível revendido, devido sim a um "oportunismo do momento", mas principalmente devido ao fator lógico da escassez.

Em alguns lugares do país foi possível encontrar o litro da gasolina revendido a mais de R$ 8,00.
De fato um grande absurdo, de fato sentimos como se a bomba de gasolina estivesse nos assaltando.

Mas qual tem sido a origem de tudo isso ?

É normal que muitos de nós venhamos a ficar indignados com preços tão caros e o ponto mais próximo a ser atacado acaba sendo o frentista (que apenas está trabalhando), o dono do posto de gasolina (que neste caso não tem mais combustível no reservatório), alguns chegam a pensar ainda que os maiores culpados são os caminhoneiros e poucos chegam finalmente no governo brasileiro, que diante do caos é o maior beneficiado.

O Frentista:

O primeiro a receber o xingamento dos cidadãos nervosos com o caos e com o preço. Estes no entanto, só cumprem o que o gerente e os proprietários do posto ordenam, no caso, diante de uma tremenda escassez tais empresários aumentam o consideravelmente o valor do produto.

Os proprietários dos postos:

É bem verdade que diante da situação, algumas cidades registraram combustível com valor imensamente acima do comum (de R$ 4,30 para R$ 8,00 p/ litro), mas em geral os preços que antes das paralisações já estavam bem caros, subiram em média entre R$ 0,30 e R$ 0,80 centavos. Ok, ainda não é pouco mas está no contexto da situação.
Ocorre que se não há mais combustível nos reservatórios e a greve continuar por mais alguns poucos dias, os proprietários dos postos ficarão dias com as vendas em R$ 0,00. Nada de lucro, porém todos os custos para manter o estabelecimento vão permanecer, inclusive os salários dos frentistas e os impostos.
E ainda existe um fator intrigante, se você é uma das pessoas que abasteceu o carro com litro da gasolina a R$ 5,00, na verdade é bem provável que só tenha conseguido abastecer seu veículo justamente porque o preço aumentou na bomba, do contrário, sabendo da falta iminente dos combustíveis, é plausível considerar que a maioria das pessoas teria abastecido em maior quantidade se o preço fosse o mesmo das semanas anteriores e os postos teriam atendido ainda menos pessoas.

Os caminhoneiros e as empresas de transportes:

Aparentemente os agentes do caos. Mas como sabemos, muitas vezes as aparências enganam.
Do mesmo modo que é inviável um posto de combustível funcionar se não tem o produto para vender, tem ficado cada vez mais inviável realizar os fretes pelo país, pagando muito de combustível e recebendo pouco pelo transporte. Gradativamente os caminhoneiros tem visto seu lucro (a matemática entre o que recebem menos o que gastam) diminuírem. Antes mesmo da greve, já era difícil a negociação entre as empresas de transporte e os caminhoneiros, visto que para ter uma receita digna diante dos preços do diesel aumentando os motoristas precisavam aumentar o valor do frete enquanto as empresas nem sempre podem repassar isso aos seus clientes.
Como os caminhoneiros precisam do frete, não viram outra saída a não ser parar tudo.
Os caminhoneiros em greve inclusive, sabem onde está a fonte do problema, e sabem que não está nos empresários do ramo logístico.

O Estado brasileiro, o agente principal da bagunça:

Uma das maiores empresas de extração de petróleo do mundo, a Petrobrás, é um monopólio estatal.
Alguns argumentam que não é monopólio, mas se uma empresa é mantida com dinheiro dos pagadores de impostos e caso a mesma tenha problemas de gestão ou mesmo corrupção sistematizada, mas ainda assim pode estar com as operações garantidas através dos nossos impostos, que tipo de concorrência entraria nesse mercado. Bem, grande parte do valor que pagamos lá na bomba, no posto de gasolina, vai para a Petrobrás...
Indiretamente para o Estado.
Mas, dentro de todo esse aumento dos últimos meses nos combustíveis, ainda tem os impostos que pagamos em cada litro abastecido.

12 % - Distribuição e revenda;
11 % - Custo Etanol Anidro;
29 % - ICMS;
16 % - CIDE, PIS/PASEP, COFINS;
32 % - Realização Petrobrás.

Fonte: ANP.

Acredito que os números acima falam por si. Temos um Estado enorme com intervenção cada vez maior na economia e na vida dos indivíduos, uma arrecadação trilionária (sim, o Brasil arrecada TRILHÕES por ano em impostos) e um retorno patético de serviços básicos para a população.
Momentos como esse deveriam servir para que nós brasileiros possamos começar a repensar o quanto queremos que o Estado domine tudo e todos.
Repare que não mencionei partidos A ou B como "culpados" visto que de maneira geral o Brasil jamais teve um governo com liberdade econômica, ou seja, todos eles ajudaram a chegar nesse atual estágio crítico.
Pagamos as maiores taxas de impostos do planeta, estamos muito atrasados em relação aos países desenvolvidos. Se o problema fosse arrecadação, seríamos o paraíso na Terra.
É o momento de começar a olhar para exemplos que dão certo, onde o Estado atua e interfere pouco e as pessoas são mais livres para empreender e criar relações de concorrência de mercado, onde serviços são fornecidos por empresas que concorrem pelo gosto dos consumidores, esperando lucrar na luta de oferecer o melhor serviço ou produto pelo menor preço possível. Não é por acaso que os cidadãos desses países (Austrália, Estônia, Nova Zelândia, Dinamarca, Irlanda, Alemanha, EUA, Canadá, entre outros) vivem com muito mais dignidade do que a maioria dos brasileiros, eles não esperam e não desejam que o governo lhes forneça aquilo que relação comercial dos indivíduos pode fornecer mais e melhor.


H2
H3
H4
3 columns
2 columns
1 column
Join the conversation now