Na terra de Infância - por Francisco de Araújo

20180331_093154.jpg
Na terra de infância, Laclúbar, curti os dias embrenhados nas colinas cobertas dos ai-rús (palavão preto), lembrando os belos e difíceis momentos em que minha vida tinha enfrentado durante as fases da infância, puerícia e adolescência. Era no tempo da primavera onde a chuva caía na alma e o verde abundava no coração. No topo daquelas colinas, eu estava a maravilhar os olhos e ao mesmo tempo a poetificar os pensamentos e as ideias acerca da natureza encantadora. A minha vida adora a natureza, os verdes campos, as montanhas e colinas, as florestas, as ribeiras e riachos, os animais selvagens, os pássaros e as aves. As folhas verdes sentiam o quão forte o corrente dos meus olhares. Eu estava certo num instante onde a minha presença trouxe alegrias no coração das criaturas.

Um kako’ak, Philémon timorensis, em cima de um ai-rú, perguntou-me:

  • Quem és tu, de onde és e como é a tua terra natal?

  • Eu sou uma criatura que pertence a esta terra fértil onde abundam mais abacate, café, vinho de palmeiras, batata-doce, amendoim, hortaliças ou legumes, ananás e manga. O clima desta terra é muito húmido, ameno e fresco. Na época da chuva, as colinas e montanhas abundam com ervas verdes e encobrem com nuvens, fazendo paisagens idílicas e pistas maravilhosas. O ar é puro e muito natural. – Respondi.

O kako'ak nada me respondeu, estando a voar em volta dos ai-rús, voltou ao seu ninho e nunca mais o vi. Decidi voltar para casa. No meio do caminho, cruzei-me com o José Lourenço, o Lorenti e o Chico, uns dos melhores companheiros da infância. Eles trouxeram fisgas e pequenos surrões cheio de pequenas pedras, pendurados nos pescoços, para atirarem aos pássaros. Sentámos no topo de uma colina, contando várias histórias da nossa infância. E voltámos para casa.

Obrigado pela leitura!

Por: Francisco de Araújo

H2
H3
H4
3 columns
2 columns
1 column
Join the conversation now