Facebook e fact-checking: uma crítica

image.png
ABS-CBN News

Há uma grande diferença entre ser contra checagem de fatos e ser contra que agências associadas ao Catraca Livre e a outros órgãos claramente bem posicionados ideologicamente chequem fatos — e tenham legitimidade para diminuir alcance ou mesmo censurar certos conteúdos que forem rotulados como "mentirosos".

Evidenciando alguma tendência ideológica, por exemplo, temos a afirmação de Guilherme Boulos de que há 6 milhões de famílias sem casa no Brasil, afirmação que foi "confirmada" pela Agência Pública e outros (que, teoricamente, checam fatos). Ocorre que, como o Carlos Góes bem mostrou pelo Instituto Mercado Popular, essa informação é no mínimo duvidosa (pra não dizer falsa) — nem por isso essas agências, que agora estão associadas ao Facebook para rotularem nosso conteúdo como verdadeiro ou falso (e prejudicarem nosso alcance quando acharem conveniente), revisaram a si mesmas.

Em tempo: como há pouco disse o Francisco Razzo, também é diferente checar fatos de interpretar fatos. Tem muitas nuances aí que podem simplesmente não ser consideradas por questões ideológicas.

Se estamos mesmo preocupados em combater fake news, nada mais legítimo que nos preocupemos com quem são e quais são os interesses daqueles que se colocam em posições de determinar verdades e mentiras.

A verdade está aí e precisa ser descoberta. Talvez a melhor forma de retrucar dessa medida do Facebook seja propondo que agências outras também participem dessas checagens, tal como se faz verdadeira ciência: confrontando os dados entre pares, a fim de diminuir os ruídos e chegar a consensos, mesmo entre diferentes ideologias, de que "a verdade é esta".

promo steemit.png

H2
H3
H4
3 columns
2 columns
1 column
Join the conversation now