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Saiba tudo sobre DEXes

A modernização e descentralização chegam as corretoras.

As DEXes — Decentralized Exchanges ou Corretoras Descentralizadas — têm batalhado arduamente para conseguir atrair o máximo de liquidez, almejando o aumento do lucro para si e a seus provedores de liquidez. Essa disputa tem atraído bilhões de dólares de interessados em usufruir deste mercado, não só pela praticidade em trocar ativos, mas pelo potencial de lucro em auxilia-los a se manter operantes.

Porém, para compreender melhor o funcionamento e o porquê do rápido crescimento de volume das DEX, é necessário contextualizar a história por trás das corretoras.

O uso de corretoras centralizadas somente é necessário para realizar a interface entre moeda fiat e o mundo cripto. No entanto, por muitos anos essa foi a única realidade daqueles que se aventuravam em busca de plataformas de negociação de cripto. Estas, na época, eram os principais hubs para a aquisição não só de bitcoin, mas de inúmeras altcoins existentes. Porém, devido à centralização e a ausência de mecanismos de proteção aos usuários, recorrentemente estes eram prejudicados, seja por dificuldade no acesso de seus fundos, seja pela perda deles, causada por hacks e rug pulls¹.

Com isso, a tônica bitcoiner "not your key, not your coins"² começou a tomar forma, não só para o armazenamento, mas também para a negociação dos criptoativos.

Lentamente, começaram a surgir soluções descentralizadas, permitindo a compra e venda de criptoativos sem a necessidade de ceder a custódia a um intermediário. A princípio, houve plataformas que não os custodiavam, mas disponibilizavam aos usuários um ambiente para comprar e vender cripto peer to peer como a LocalBitcoins e Bisq. Assim, os usuários realizavam as negóciações off-chain, mas utilizavam as corretoras para efetivamente efetuar a troca de ativos. A estas, deu-se o nome de *Hash Time Locked Contracts* ou HTLC.

Após o desenvolvimento das HTLCs, começaram a surgir outros modelos de corretoras, como as Ring Exchanges, que desenvolveram um smart contract que custodiava os ativos de usuários e, quando recebia uma interação para efetuar a troca de ativos, a realizava. No entanto, mesmo com a inovação, ainda havia a necessidade de delegação de ativos para um terceiro e sujeitava-se a confiar neste intermediário.

Com o desenvolvimento do setor, começaram a ser elaborados smart contracts capazes de efetuar trocas atômicas de tokens, ou seja, esses independem de um intermediário para sua realização. Assim, negociações antes efetuadas peer-to-peer transformaram-se em peer-to-pool, dando origem as corretoras descentralizadas.

Peer-to-pool é a possibilidade em negociar ativos não com uma pessoa, mas com uma pool de ativos, ou seja, diretamente com um smart contract. Isso significa que ao depositar ETH numa pool de ETH/USDC, você torna possível a troca entre ETH e USDC e vice-versa. No entanto, para ser realizada, não há interação entre provedores de liquidez e traders, mas sim a comunicação de ambos com o smart contract presente na DEX.

Assim, para as DEX atenderem a demanda por tokens dos usuários, precisam de cada vez mais dinheiro em suas pools. Para atingir este objetivo, as corretoras oferecem incentivos para os interessados em depositarem seus criptoativos e delegarem a custódia destes ao protocolo. Muitos bitcoiners maximalistas não concordam com a ideia de retornar a entregar seus ativos a um terceiro, mas é fato que muitos protocolos detêm altas cifras depositadas em suas pools graças aos incentivos fornecidos aos stakers.

Para fins de informação, a Curve, DEX especializada em stablecoins, BTC e ETH, detém 19 bilhões de dólares sob sua custódia.

Apesar dos incentivos providos pelas corretoras descentralizadas, você deve pensar em vários fatores antes de depositar seus tokens em pools de DEX:

  • Conheça os ativos que compõem a pool e seus incentivos. Ativos muito voláteis, irão sujeitá-lo a Perda Impermanente, mas lhe darão boas recompensas. Ativos estáveis, lhe farão fugir do IL, mas não te deixarão rico. Escolha a estratégia adequada a você.
  • Analise na documentação da DEX a existência de auditorias nos smart contracts. Auditorias não impedem hacks, mas o respaldo empresas especializadas em análise de códigos de protocolos DeFi traz mais segurança para custodiar ativos nas pools.
  • Procure DEXes realmente descentralizadas, como Uniswap, Curve e Dydx. Todas poderão dar lucros para provedores de liquidez e serem úteis para traders. Porém, quanto maior a descentralização na governança do protocolo, maior será a transparências nas decisões tomadas para o presente e futuro da corretora. Isso confere a você a possibilidade de compreender decisões sobre incentivos futuros a pools, votações sobre listagens de novos tokens e até auxiliar em tarefas para manutenção do protocolo.

Aproveite as oportunidades providas pelas corretoras descentralizadas e explores as pools, sempre analisando a relação risco x retorno. Prover liquidez a DEXes pode ser uma atividade rentável, mas demanda estudo para não incorrer em prejuízos futuros.

Caso tenha dúvidas sobre o tema, leia o artigo sobre Provedores de Liquidez. Lá abordamos detalhes, que irão lhe auxiliar nessa jornada no mundo DeFi.

Persistindo a dúvida, deixe um comentário ou contate-nos, ficaremos contentes em poder ajudá-lo!

¹rug pulls ou puxada de tapete, é um golpe aplicado em usuários, onde os fundos depositados são roubados.

²not your keys, not your coin é uma expressão cunhada pela comunidade do Bitcoin. Significa que as chaves privadas não devem ser entregues a ninguém. Porém, se forem delegadas a terceiros, o dono das chaves não é mais detentor de seus ativos, e sim o custodiante delas.


Artigo de Guilherme Barbosa, selecionado através do Fluxo de Informação e Globalização da ShapeShift DAO em 10/11/2021.