Sendo assim, enquanto a maioria das pessoas vai só até o limite de onde lhes é conveniente, esta energia leva a ultrapassar as fronteiras do conhecimento, colocando-nos a investigar e falar sobre temas ainda controversos, nebulosos ou espinhosos para a maioria. Isso porque existe um compromisso com a verdade, não aquela que é útil ao seu contexto particular, mas aquela que busca dar conta complexidade e diversidade da vida tanto o quanto é possível. É a paixão pela totalidade, contento todo o tipo de manifestações diversas, com a sensação de que concentrar-se em uma parte seria perder as múltiplas maravilhas que existem.
Este também é o território da linguagem enquanto ferramenta para dar significado, fazer conexões, conversar com pessoas e exprimir ideias.
O MITO DE QUIRON
Na mitologia, Quiron é um centauro imortal atingido por uma flecha com um veneno mortal. Por isso, ele não morre, mas o ferimento causado não se cura. Por sofrer de muitas dores, ele passa a procurar maneiras de amenizá-la. Diz-se o "Curador Ferido" porque Quiron passa a ter a capacidade de cuidar de outras pessoas porque ele descobre o antídoto mas e, além disso, possui a empatia de saber como é sentir aquela dor. Por isso, é a simbologia de uma dor que sofremos e que temos que buscar ativamente os antídotos para amenizá-la. Em termos de personalidade, os aprendizados do caminho de nossa maturidade fazem com que possamos viver de uma maneira cada vez melhor.
ASTROLOGIA COMO FONTE DE CONHECIMENTO NÃO DETERMINISTA
A posição de Quiron em cada signo ou casa astrológica sinaliza o local das feridas, assim como outros planetas falam sobre demais aspectos de nossa vida. É comum para quem não conhece a astrologia com um pouco mais de profundidade, questionar até que ponto os astros influenciam o comportamento humano e a dinâmica da matéria na terra (marés, crescimento das plantas). Independente desta questão, a astrologia vem construindo um vasto conteúdo sobre as personalidades e dinâmicas humanas ao longo de milhares de anos de aprimoramento. Por isso, mesmo que você não conheça seu mapa astral, pode simplesmente se interessar por um tema explicado pela via astrológica e entender mais sobre ele o ajudará em seu autoconhecimento.
A reconhecida astróloga Claudia Lisboa explica que hoje em dia não existe mais “eu sou assim porque sou de tal signo”, na verdade pode-se dizer “eu sou de tal signo porque sou assim”. Ou seja os arquétipos astrológicos nos ajudam a nos entender em um processo que deve passar pelo nosso discernimento, e não nos classificar.
Se você quiser saber onde Quiron se localiza em seu mapa natal acesse astro.com
QUIRON EM GÊMEOS
Quiron nesta posição significa a ilusão de que devemos e podemos ter um entendimento sobre tudo. Por isso confere a tendência de absorver indiscriminadamente todo tipo de informações, na tentativa de construir um banco de dados infalível que pussa ser utilizado para compreender qualquer situação.
Nesse sentido, a frustração acontece quando julgamos que já compreendemos tudo sobre um assunto e de repente é revelado algo novo que não havíamos considerado. O mal estar é gerado quando o que imaginamos não corresponde ao que observamos. Mas, na verdade, essa é uma situação que deve ser encarada como natural, já que somos únicos e nosso olhar será sempre parcial. É a crença de que é sempre possível compreender o que quer que se coloque diante de nós que gera o sofrimento, pois essa é uma tarefa impossível. As coisas novas que aparecem comprovam o quanto somos incompletos, e isso deve ser encarado com positividade.
A aceitação da incompletude traz o benefício de que podermos escolher o que absorver. Algumas coisas simplesmente não serão úteis, vão ficar ali só ocupando um espaço na sua memória e gastando sua energia, então não merecem nossa atenção.
Quiron nesta posição pode dificultar perceber a maneira como nos comunicamos. É quando você exprimi uma ideia e tem a impressão que foi totalmente confuso e depois receber um feedback das pessoas de que na verdade se expressou com muita clareza. E o contrário também, quando você acha que está se expressando muito bem e depois descobre que foi confuso.
O CAMINHO DO APRENDIZADO
Na infância, quando estamos iniciando o contato com o mundo, levamos nossos primeiros tombos e para o Quiron geminiano estas dores recaem justamente sobre sua capacidade intelectual que pode ter sido questionada ou desvalorizada. É comum crenças geradas na infância se perpetuarem até quando se possui maturidade o suficiente para questioná-las. Neste sentido, é possível fazer as pazes novamente com seu lado intelectual e permitir-se explorar e manifestar sua capacidade mental.
Quando não acreditamos que nossas ideias são boas, originais, inteligentes, tendemos a adotar as de outras pessoas. Mas, na medida em que se adquire mais confiança, é possível desenvolver o próprio ponto de vista. Levando em conta a natureza curiosa geminiana, há de se ter coragem para desbravar assuntos que não eram ditos pelas pessoas de referência, porque esta potência vai conduzir em direção a assuntos desconhecidos, muitas vezes representados por tabus sociais, sexualidade, sentimentos, etc. Ou seja, assuntos que provavelmente as referências antigas não se atreviam a falar, mas que a curiosidade geminiana quer conhecer.
Neste caminho é também é preciso aprender a valorizar outras formas de conhecimento que não a racional. Por exemplo, o saber intuitivo, as tradições, o saber prático.
Além disso, buscar entender que sempre existirão conflitos, que por estarmos encerrados em uma individualidade não é possível fazer tudo, se envolver com tudo, compreender tudo. Não existe tempo para isso, então é invariável ter que escolher e aprender a aceitar o que se perde com as escolha. Dê boas vindas à incompletude do seu saber!
